Veja como funciona o conversor digital

Desde 2007, com a progressiva substituição do sinal analógico pelo digital, a concepção da televisão mudou. Nesse novo cenário, a figura do telespectador cede lugar à do usuário, visto que, com os recursos da TV digital, o público pode interagir ativamente com os serviços que utiliza. Em alguns casos, essa interatividade se dá com o auxílio do conversor digital.

Para que haja interação, basta que o consumidor tenha em casa uma TV Digital ou que adquira e instale um conversor em seu televisor antigo. Ele permitirá que o usuário interaja, em tempo real, com as operadoras e/ou programadoras de televisão, por meio do controle remoto. Essa novidade só é possível graças ao canal de retorno.

Você sabe o que é, como funciona e como obter o canal de retorno? Confira isso neste artigo!

O que é e como funciona o canal de retorno?

Também conhecido como canal de interatividade, trata-se de um sistema que possibilita a interação entre as emissoras de televisão e o público. Por meio dele, cada usuário pode enviar informações às operadoras e programadoras de televisão, em tempo real.

Funciona mais ou menos assim: durante a programação, as emissoras enviam enquetes aos telespectadores e eles podem respondê-las, em tempo real, encaminhando informações de volta.

Isso é possível em razão da conexão das redes televisivas com as de telecomunicações. Portanto, as informações podem ser enviadas por meio do telefone (SMS) ou de banda larga, a depender do tipo de canal de retorno. Confira a seguir quais são eles!

Quais são os tipos?

Na TV digital existem dois tipos de canal de retorno. Em cada um deles, a interatividade ocorre de uma forma. Confira!

Canal de retorno não dedicado

Nesse modelo, as informações são repassadas às emissoras por meio de uma rede separada do sistema de televisão, por exemplo, via rede telefônica.

Canal de retorno dedicado

Nesse sistema, a troca de informações ocorre por meio da internet. Nesses casos, com o auxílio da banda larga, as informações transitam entre uma antena transmissora e uma receptora.

Como obter o canal de retorno?

Para ter acesso à interatividade da TV, é preciso ter um televisor ou um conversor que receba o sinal digital. Independentemente da opção, é necessário que o aparelho tenha interatividade, ou seja, que ele tenha um selo com o símbolo DTVi ou Ginga.

Assim, para ter acesso à interatividade, basta adquirir um televisor que receba o sinal digital (normalmente, os fabricados após 2010) ou instalar um conversor digital na televisão antiga.

O que é um conversor digital?

Quando o sinal digital chegou ao Brasil, em dezembro de 2007, existiam poucas TVs com tecnologia de alta definição ou qualquer outro modelo que permitisse a decodificação nativa. Para usufruir da qualidade da tecnologia moderna em aparelhos mais antigos, o usuário pode adotar o conversor digital.

Trata-se de um kit que inclui uma antena externa para captação do sinal de alta definição, um conversor (set-up box) e um controle remoto — alguns modelos têm antena interna, o que facilita o manuseio e instalação.

Os conversores digitais desempenham um importante papel na disseminação da TV digital no Brasil.

Ao possibilitar a recepção do sinal por aparelhos analógicos, o dispositivo estimula a adoção da tecnologia em lares onde a substituição do aparelho de TV é inviável e acelera o desligamento do sinal analógico em território nacional. Essa condição é necessária para a expansão de outra tecnologia, o 4G.

Confira, a seguir, como o conversor transforma o sinal digital em dados compreensíveis para aparelhos analógicos.

Como funciona o conversor digital?

Primeiro, o sinal é captado pela antena e é enviado para o conversor propriamente dito, o set-up box. A partir daí, ele passa por duas etapas básicas: o tuner, na qual é feita a sintonia com o canal certo, e o demodulador, que quebra o sinal em minúsculos pacotes de dados, que contêm informações de metadados, áudio e vídeo, que são chamados de TS1.

Os pacotes tomam dois caminhos distintos. O primeiro é o da transmissão ao vivo: os dados comprimidos passam pelos circuitos integrados do conversor e, em seguida, descompactados.

Outra parte dos dados é encaminhada para o disco rígido, o que permite a gravação de programas. Quando o usuário decide assistir uma programação gravada no HD, as informações passam pelo circuito de chips e retomam o trajeto normal dos dados transmitidos ao vivo.

No processamento, os metadados — informações sobre programação, sinopse e menus — são acoplados aos dados de vídeo. Só então, o sinal é processado e transformado em um formato compreensível para as TVs analógicas. Alguns formatos são o S-Video, HDMI (mais moderno) e vídeo componente (transmitido por meio de cabos RCA).

Já os dados de áudio, que passam por um processo idêntico, podem vir nos formatos mono/estéreo e digital. No caso do áudio digital, o sinal pode ser dividido em até 6 canais de som, modelo ideal para um home theater.

Por fim, a interatividade — outro grande avanço da TV digital — pode ser ativada por meio do controle remoto que vem com o kit. É possível interagir com programações que tenham esse tipo de ferramenta; o set-up box recebe os comandos do controle e envia à emissora por meio do canal de retorno.

Como adquirir e instalar o conversor digital?

A maioria dos televisores e conversores disponíveis no mercado são compatíveis entre si — para tirar a dúvida, basta observar na descrição ou manual do conversor se ele é compatível com sua TV. O aparelho pode ser adquirido em qualquer site de varejo; a própria Anatel realiza campanhas de distribuição de kits de TV digital.

A instalação em televisores mais modernos — modelos com tela em LCD, LED ou plasma — pode ser feita apenas com um cabo HDMI, que conecta o aparelho ao conversor.

Em seguida, basta ir ao menu do televisor, acessar a opção “input” e selecionar a entrada HDMI correspondente — lembrando que esse tipo de TV tem mais de uma conexão HDMI. Por fim, conecte o cabo da antena ao conversor e sintonize os canais digitais por meio do menu do aparelho.

Nas TVs de tubo, mais antigas, a conexão é feita com um cabo RCA, o mesmo usado em aparelhos de DVD e videocassete. As pontas coloridas indicam as conexões certas, então, basta encaixar. Depois, conecte o cabo coaxial à antena e ao conversor e sintonize os canais.

Como o controle remoto da TV atua no canal de retorno?

O conversor digital permite que o telespectador interaja com a programação da emissora por meio do controle remoto. Toda a interatividade acontece por meio de aplicativos (softwares) instalados ou executados no televisor. Por meio deles, o usuário consegue acessar textos e fotos, ver previsão do tempo, responder enquetes etc.

Na TV aberta, essas opções interativas são enviadas durante a programação. No entanto, ainda não são todas as emissoras que fornecem esses recursos.

Normalmente, quando a interatividade é oferecida, aparece um “i” no canto da tela. Assim, basta clicar na tecla “OK”, do controle remoto, para ter acesso ao conteúdo e interagir com o programa que se assiste.

Como você viu, a TV digital mudou a concepção de televisão. Recursos, como o canal remoto, permitem uma aproximação do público com a emissora, uma vez que possibilitam que ele interaja com a programadora, por meio de um conversor digital ou de um televisor que tenha interatividade.

Agora, que você já sabe quais são e como funcionam os canais de retorno, entre em contato conosco e tenha acesso às melhores soluções para sua emissora de TV!

Autor

  • Publicitário por formação, atua no setor de Marketing da Teletronix, uma empresa desde 1996 no mercado de radiodifusão, produzindo equipamentos para emissoras de rádio e TV.

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Sobre o autor

Bruno Faria

Publicitário por formação, atua no setor de Marketing da Teletronix, uma empresa desde 1996 no mercado de radiodifusão, produzindo equipamentos para emissoras de rádio e TV.